segunda-feira, 23 de julho de 2012

Doula, para quê te quero?

Aproveitando todo esse vuco - vuco do CREMERJ, que por meio da resolução n.º 266/12 vetou as doulas, obstetrizes e parteiras dos trabalhos de parto e partos propriamente ditos, o veto inclui ainda os partos domiciliares. Fato esse, que passa por cima do MINISTÉRIO DA SAÚDE, em que desde 2001 já reconheceu que o acompanhante treinado beneficia a parturiente e diminui o número de intervenções e mesmo as cesáreas desnecessárias. 
Diante disso, publico aqui a matéria que escrevi para a faculdade sobre o beneficio de ter uma doula.

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Doula contribui para parto humanizado
Estudos apontam que o acompanhamento com esse profissional diminui o número de
intervenções médicas


A profissão de doula auxilia e aumenta as chances de um parto humanizado. Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) revelam que o acompanhamento com este profissional traz inúmeros benefícios como: menor intervenções médicas, menor número de medicações e analgesias, redução no número de cesáreas e um trabalho de parto mais curto.
A obstetra Mariana Simões destaca que a doula é importante porque ela prepara a gestante deixando-a segura e confiante. “Para o obstetra, isso é fantástico, a gestante se sentindo segura ela consegue se entregar e confiar em seu corpo”. Contudo, Mariana realça que a doula é importante para o sucesso do trabalho de parto, pois é ela quem irá lembrar e orientar a parturiente sobre suas escolhas. “A gestante que contrata uma doula é muito mais informada e consciente de suas escolhas e consegue distinguir o que deseja realmente”, reforça Mariana.

É importante lembrar que a doula não substitui o pai ou acompanhante escolhido pela mulher durante o trabalho de parto. De acordo com doula Gisele Leal, para um parto humanizado é necessário se preparar desde a gestação com auxilio deste profissional, a doula é treinada para acompanhar uma mulher antes, durante e depois do trabalho de parto. No pré-natal é ela quem sugere uma equipe que esteja alinhada com os desejos da mulher, além de informar sobre todos os procedimentos existentes. Durante o trabalho de parto, a doula informa a parturiente sobre o andamento do parto, ensina exercícios de respiração, ajuda escolher melhor posição, faz massagens e usa métodos não farmacológicos para alivio de dor e informa se a intervenção é necessária.

A doula não substitui nenhum profissional tradicionalmente envolvido em um parto. Desta forma, não realiza nenhum procedimento médico e nem cuida da saúde do bebê. Esse serviço, custa em média de R$ 600,00 a R$ 1000,00. O valor varia por profissional e o desejo
da gestante. Por serem autônomas, elas negociam os preços e as formas de pagamento. Mariana Guimarães teve o seu bebê em novembro de 2011 e garante que a doula foi fundamental para evolução de seu trabalho de parto. Segundo ela, é pequeno o valor que se paga por esse profissional. “Se eu pudesse, teria pago para ela cinco vezes mais do que paguei, porque o valor do trabalho para mim foi inestimável”.

Desde 2001 existe um Programa de Humanização no Pré - Natal e Parto, do Ministério da Saúde que visa estabelecer melhores condições no atendimento à mulher. A criação da cartilha “Parto, Aborto e Puerpério - Assistência Humanizada à mulher” destaca o papel da doula para o sucesso de um parto humanizado. “Este tipo de apoio parece ter vários benefícios para as mães e seus recém-nascidos, sem nenhum efeito danoso”. Mesmo com esse incentivo do governo federal, esta realidade ainda é distante para pacientes do SUS. Isso porque muitos hospitais da rede pública não têm infra estrutura para este tipo de atendimento. Além disso, há uma forte resistência por parte dos profissionais em modificar
sua rotina. 

Pequenos grupos como o Enapartu (Encontro Nacional da Parteira Urbana), Mahps (Movimento de Apoio a Humanização do Parto em Sorocaba) e até a iniciativa individual tentam transforma r essa realidade. Isso é possível através da “doula social ou voluntária”. Nelas, os voluntários prestam serviços em algumas cidades do Brasil. Mesmo assim, o movimento ainda tem a maioria de seus adeptos no Estado de São Paulo.

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Além de todas as informações contidas no texto acima, é importante destacar que o Governo Federal criou A REDE CEGONHA, que possibilita um parto humanizado pelo SUS. O projeto inclui uma doula, ou seja. O CREMERJ é autoridade maior que o Ministério da Saúde e Governo Federal?







Essas fotos são do meu trabalho de parto, consegui um parto humanizado (sem nenhuma intervenção) e sem dúvida alguma minhas doulas Gisele Leal e Gleise Piva foram fundamentais e indispensáveis.

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